terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Vazio


Dás três voltas a maldita fechadura, deparas-te com o vazio que criaste. Descalças-te e pousas as chaves. Arrumas o casaco no armário e sentas-te. Suspiras pelo fim do dia. Ouves a vida lá fora enquanto cá dentro te agarras ao silêncio inoportuno. Todos os dias é assim. Arranjas um pão com leite com chocolate, fazes uns ovos mexidos (do nada que cozinhas) ou telefonas a pedir algo do «Take Away». As horas passam com o girar da bola no campo, um pouco de euforia dos adeptos mantem-te acordado até o sono chegar, e finalmente fechas os olhos na cama larga e extensa que vagueias noites sem fim. As tuas pernas já não têm força para pegar na prancha e fugir por aí de manhazinha, por isso deixas-te ficar um pouco mais na cama, enquanto tudo lá fora se agita. Lembras-te quando foi a ultima vez que a campainha tocou? Talvez apenas para receberes o jantar que encomendaste. Perdeste tudo à tua volta. Vagueias sozinho. Não conversas. Não tens sonhos. Não tens companhia no meio de paredes que deixaste por ilustrar. Não soltas uma gargalhada à tanto tempo. Não tens amigos porque os maltrataste quando te quiseram ajudar. Não tens uma miuda porque não sabes amar. Não tens filhos porque um dia os expulsas-te da tua vida. Assim, Morres. Sozinho. No vazio que criaste.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

O que eu sei acerca de mim?


Que sei eu acerca de mim? Nada! Apenas o que o mar sabe sobre o seu destino... a inefável comunhão entre as suas gotas de água e os singelos grãos de areia ou a temível colisão entre os devaneios das suas ondas e as cortantes falésias de uma qualquer costa... Mas é precisamente aí que os destinos embatem na sua mais profunda solidão... a vida e a morte! Nada nem niguém conseguirá alterar o rumo destes acontecimentos felizes e infelizes da natureza e do desejo gravítico do fim... é assim e será sempre assim...

Que sei eu de ti? Nada! Apenas que vives e sentes como qualquer um... sem e com destino definido... Queres e não podes... Podes e não queres! Amas e não sentes, sentes e não amas! Segues por caminhos jamais tocados e infinitamente roçada pelo vento... Passa aqui, passa acolá, sente a cidade, construções altas e baixas, grandes e pequenas, gordas e magras, acaricia todos num breve toque de magia e amor... e nós sentimo-lo e ficamos arrepiados com tamanha bondade... Ele quer ser assim e luta pelo seu destino... Deliciosamente, por vezes, estupidamente, por outras... É um elemento, irracional, mas feliz...

Que sei eu de nós? Nós? Quem somos nós? Um cruzamento de vontades desencontradas e cegas de amor... ódio? Pensaste bem... ódio! Não... Espera... não vás... não é por ti... É esse o problema... é ódio construído por outrém que nos mata e nos faz cair desamparados num estúpido campo de ervas daninhas que corroem, estragam. Ainda aí estás? Sim, sinto-te! Mas... onde estás tu? Não fujas? Espera por mim... Ah... Já lá não estás!? Percebo... Não estás... vives e lutas por ti... não esperas... sentes e queres por ti... não páras... amas por ti! Ah... Afinal estás aí?... eu é que fugi? Mas eu estava lá... pois percebo... não era lá... era cá, na realidade! Perdi-me no mundo dos sonhos e julguei que estava na realidade... Sou um sonhador de pesadelos... num sublime toque dos extemos... entre o preto e o azul... entre o branco e o vermelho! Na irracionalidade e no sense... Num respirar ofogante de luas passadas e de lençois enredulhados no teu corpo de seda e nos meus carinhos de mel... E enchemo-nos de doçura e delicadeza, de luas e sóis, de mar e vento, de florestas e praias, de prazer e loucura... Ai... essa cama de rosas... e... ... ... ... ... e espinhos!

Não sei nada e nada sei... sou um poço de contradições insatisfeitas pelas dúvidas estúpidas e enganadoras acerca do mundo... Plano sobre ele e não o vivo... não sei o que são rios de gelo líquido, o que são montanhas de árvores brancas, o que são vulcões de formigas encandescentes, o que são, o que é a natureza. Nunca voei pelo ar fresco duma floresta, nunca nadei pelos caminhos ingremes duma serra, nunca caminhei pelo regato dum ribeiro, nunca senti o calor do teu interior meu amor...

FELIZ NATAL[]

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Adoro


Adoro uma boa surfada matinal
Adoro ver o por do sol
Adoro"amo" os meus irmãos e a minha mãe
Adoro os meus amigos
Adoro pegar com a bruna devido a base excessiva que usa no seu belo rosto
ADORO PEGAR COM A PITON por tudo e por nada

ADOREI A MINHA PRIMEIRA NAMORADA LOL

Adoro os pes de atleta da samanta

Adoro a ALCOOLICA da rabisca
Adoro uma vila cujo nome é ERICEIRA
SUMOL SUMMER FEST 09(ERICEIRA)
Adoro a cabeça do reivz
Adoro a cicatriz da Catarina lima
Adoro as birras da Sara Belchior (macaca)
ADORO A LOJA DA MAE DA BU
ADORO O strong do Sotto
ADORO como a Cláudia estaciona o FERRARI
AMO O nariz do meu bebe
Adoro a massa muscular do João Nuno
Adoro o feellliiing da joaninha
Adoro os meus tios chatinhos
Adoro as minhas tias (5*)
Amo, mas para sempre…. ‘’o BAIRRO ALTO’’
Adoro a condução do parafina (nunca digo adeus, mas sim um ate já descansa em paz meu AMIGO)
ADORO o bmw SERIE 1 da Filipa
Adoro a casa da Cláudia brum ..
Adoro pegar com o Ivo santos (badjolo)
Adoro estar na foz
Adoro sorrir pra quem não conheço
ADORO ver a pila do tiger em plena disco LOL
Adoro o sinal da fro
Adoro os olhos da Ana·
Adoro o sofá da piton
Adoro desfilar em tronco nu (tarzan)
Adoro o cabelo do Guedes
Adoro as mãos da Sara
Adoro a bicicleta do bene
Adoro o modo de pensar do pigmeu
Adoro o espirito da raquel
Adoro chegar a lisboa e ver aquele sorriso lindo (Inês)
Adoro o salvadorzinho
Adoro a susana (prima da sara)
Adoro a cadela da sara (ou rata)
Adoro ouvir o ok do vitela
Adoro ouvir um bom reggae
Adoro tocar djambeeee
Adoro ignorar o que vem de baixo
Adoro o opel corsa branco (chinesa)
Adoro beber o vodka limão da Cláudia
Adoro o cabedal do tico
Adoro o piercing da bu
Adoro a voz da nocas
Adoro a mãe da Sara
Adoro minis (pack 24)
Adoro tomar o pequeno almoço com o Miguel
Adoro o brinco do Isaac
Adoro o carro do broas
Adoro ver a soraia a surfar
Adoro sair a noite
Adoro jardas caseiras
Adoro as narinas do Tiago Moita
Adoro os rolos da Mariana Machado
Adoro ver a Maria a surfar
Adoro as bebidas da Sofia
Adoro vestir os boxers do avesso
Adoro tirar fotos
Adoro a barriga do meu irmão
Adoro a minha cunhada lol
Adoro o que me rodeia…

Adoro sorrir todos os dias ...quem não sorria com uns amigos destes



my life []

domingo, 20 de dezembro de 2009

Alguem Diferente


Um olhar chateado, igual a tantos olhares, que eu conheço e compreendo, mas que me chateia, como me chateiam todos os olhares chateados. Mesmo os teus. Uma discussão, a que se segue quase inevitavelmente uma outra e por aí fora, muitos dias, muitos outros dias, quase todos desta nossa vida enganada. Amo-te como tu também me amas, bem sei, mas nunca isso é lembrado nas trocas de palavras azedas, ou nas palavras arrependidas sempre tarde demais. E depois vem o silêncio que nunca se sabe bem como terminará, nem quando. Nem mesmo se serei eu a vencê-lo ou tu. Pode ser com o pequeno-almoço do dia seguinte, ou até com uma troca palavras que ao início até poderia parecer seca e oca, pois era do tempo que ia fazer amanhã, e de como os tipos da meteorologia se enganam sempre, que se falava... uma incógnita, nunca sabendo muito para que lado iria a história encaminhar-se, a nossa história, que cada vez mais era uma história minha e tua. O dia de amanhã chega amanhã e lá voltamos aos beijos, aos abraços, ternuras e carícias que tão bem conhecemos e que de tanto gostamos, que me fazem lembrar que te amo, como tu também me amas, bem sei. Um olhar angustiado, igual a tantos olhares, que acostumo agora a ver e compreendo, mas que me amargura, como me amarguram todos os olhares angustiados. Ainda para mais sendo teus. Uma discussão, consequência de muitas outras, tida com cansaço e tristeza, que se quer que seja última. Amo-te como também tu me amas, bem sei, mas nem sempre isso é suficiente, porque amor não é sentimento isolado, não é o bicho do mato que parece ser, é soma de vontades, de silêncios derrotados, de conversas realmente conversadas, é olhar o céu e gostar dele só por ele ser azul, mesmo que chova ou faça sol, mesmo que nos atire pedras ou nos beije com lábios de fada. E podemos agora não voltar aos beijos, ternuras e carícias que tão bem conhecemos e que tanto gostamos, e viver uma história minha e tua, com as costas doridas com uma relação que pesou bem pesado, e depois? Nem tudo é bom, nem tudo é bonito, porque razão haveria de ser tudo nosso, só nosso? Talvez mais tarde, talvez um dia, talvez alguém diferente de ti parecido contigo.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009


Éramos dois seres bifurcados que se encontraram para se unirem e seguirem paralelos mas, sem nunca se cruzarem. Havia o cheiro da tua pele, havia o tremor de te sentir, havia o afago das tuas mãos, havia o arrepio na espinha, havia o grito ofegante e surdo de desejo mas, nunca houve nada. Tantas noites de dia me lembrei dos teus lábios que mal me tocaram mas que souberam a muito. Tantos foram os pensamentos e anseios escritos nas entrelinhas mas, que o papel os ocultou para que nunca os pudesses ler. Passaram tantas luas enquanto tu contavas nas ondas do meu cabelo as marés que se desfaziam em espuma sobra cada luar. Estava traçado na estrada de gravilha do nosso destino um risco fino, que nos separava cada vez mais... e foi ficando tão fundo que fez um vale profundo e cada vez mais... se foi tornando num fundo tão fundo afastando-nos para sempre cada vez mais... Na constelação de estrelas do teu olhar lia-se um futuro negro como os teus olhos mas, um presente brilhante e muito luminoso como a tua pele. Ficou a promessa de uma noite no porto dos desejos e que nunca se poderá cumprir. Mas, falta-nos um fim para este final porque no nosso reencontro passados todos estes anos perdidos encontrei algo afinal... havia o amor.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Aviões de papel


Há momentos que nos ficam para sempre, que guardamos em segredo e no silêncio, para nada nem ninguém lhes possam tocar. São só nossos. A sua importância é incomensurável e por isso pertencem a outra dimensão. A dimensão rara e perfeita que se sente em certas músicas ou em tardes de Verão, em que nós somos mesmo nós e, apesar disso, conseguimos estar em paz.
Eu olhava para ti e via-me a mim e tu olhavas para mim e vias-te a ti. Lutaste tanto que agora descansas do meu mundo, deixando-o ao sabor da maré perdido no mar.
Há qualquer coisa de sagrado em ti, uma doçura que perdi há menos tempo do que penso e há mais do que gostaria, uma paz que não vem da terra e quando começas a falar das coisas em que acreditas, é como se te elevasses no ar, como um avião e papel, rápida e leve, caindo com a graça das peças frágeis que só por milagre não se partem.
Fecho os olhos quando me deito e só então aguento ruído infernal de uma máquina a bater cá dentro, sem saber como nem porquê nem para quê, como se o que cá ando a fazer não estivesse certo, não tivesse sentido ou não servisse para nada, e é então que me apareces.
Há qualquer coisa de divino em ti, na forma como fixas o olhar antes de adormecer, no toque das tuas mãos no meu pescoço cansado de viver sem pensar, na tua voz de menina sem idade a quem, sem querer, um dia deitei fora todas os sonhos, apetece-me meter-te no bolso. Mas debaixo do bolso perdeu-se um coração que já deve ter sido meu, e eu acho que não aguentavas o vazio, por isso retiro-me da tua vida pensando que assim não te vou magoar, sabendo que, por tudo o que partilhámos e sonhámos juntos, abri sem querer uma ferida que não sei como fechar.
Mas acredita, os actos ficam com quem os pratica, por isso quem se sente um avião de papel sou eu, tão insignificante, infantil e frágil como os que o salvador gosta de fazer, para povoar a tua casa de pássaros que ainda não aprenderam e voar e trazer-te a luz com que alimentas o resto do mundo. []