quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

O que eu sei acerca de mim?


Que sei eu acerca de mim? Nada! Apenas o que o mar sabe sobre o seu destino... a inefável comunhão entre as suas gotas de água e os singelos grãos de areia ou a temível colisão entre os devaneios das suas ondas e as cortantes falésias de uma qualquer costa... Mas é precisamente aí que os destinos embatem na sua mais profunda solidão... a vida e a morte! Nada nem niguém conseguirá alterar o rumo destes acontecimentos felizes e infelizes da natureza e do desejo gravítico do fim... é assim e será sempre assim...

Que sei eu de ti? Nada! Apenas que vives e sentes como qualquer um... sem e com destino definido... Queres e não podes... Podes e não queres! Amas e não sentes, sentes e não amas! Segues por caminhos jamais tocados e infinitamente roçada pelo vento... Passa aqui, passa acolá, sente a cidade, construções altas e baixas, grandes e pequenas, gordas e magras, acaricia todos num breve toque de magia e amor... e nós sentimo-lo e ficamos arrepiados com tamanha bondade... Ele quer ser assim e luta pelo seu destino... Deliciosamente, por vezes, estupidamente, por outras... É um elemento, irracional, mas feliz...

Que sei eu de nós? Nós? Quem somos nós? Um cruzamento de vontades desencontradas e cegas de amor... ódio? Pensaste bem... ódio! Não... Espera... não vás... não é por ti... É esse o problema... é ódio construído por outrém que nos mata e nos faz cair desamparados num estúpido campo de ervas daninhas que corroem, estragam. Ainda aí estás? Sim, sinto-te! Mas... onde estás tu? Não fujas? Espera por mim... Ah... Já lá não estás!? Percebo... Não estás... vives e lutas por ti... não esperas... sentes e queres por ti... não páras... amas por ti! Ah... Afinal estás aí?... eu é que fugi? Mas eu estava lá... pois percebo... não era lá... era cá, na realidade! Perdi-me no mundo dos sonhos e julguei que estava na realidade... Sou um sonhador de pesadelos... num sublime toque dos extemos... entre o preto e o azul... entre o branco e o vermelho! Na irracionalidade e no sense... Num respirar ofogante de luas passadas e de lençois enredulhados no teu corpo de seda e nos meus carinhos de mel... E enchemo-nos de doçura e delicadeza, de luas e sóis, de mar e vento, de florestas e praias, de prazer e loucura... Ai... essa cama de rosas... e... ... ... ... ... e espinhos!

Não sei nada e nada sei... sou um poço de contradições insatisfeitas pelas dúvidas estúpidas e enganadoras acerca do mundo... Plano sobre ele e não o vivo... não sei o que são rios de gelo líquido, o que são montanhas de árvores brancas, o que são vulcões de formigas encandescentes, o que são, o que é a natureza. Nunca voei pelo ar fresco duma floresta, nunca nadei pelos caminhos ingremes duma serra, nunca caminhei pelo regato dum ribeiro, nunca senti o calor do teu interior meu amor...

FELIZ NATAL[]

2 comentários:

  1. Depois de saber algumas coisas, ter a certeza de outras que tu não me dás, ponderar se as mentiras habituais podem ser benignas frente ao amor que quer começar, descobrir nos potenciais amantes nulidade e nas tuas conquistas nocturnas desinteresses, eu vou dormir em ti.

    Então, quando a tese estiver concluída e o dossier com o teu nome estudado, vou me dar mais espaço e a ti o teu.
    Vou só deixar no ar as dúvidas leves que dão fogo aos romances dos amantes verdadeiros. Depois vou amar-te como sei, sem ninguém me ter ensinado, pedir-te com carinho que me leves a sítios novos, que nos tornemos nós dois parte de uma surpresa, com sabor a suspiros e quartos cheios de vento e mar.

    É que eu sei amar com o entusiasmo do amor das telas de cinema e tenho sonhos para partilhar que julgo tão concretizáveis como os sonhos dos livros que estão na prateleira do teu quarto. Eu queria um dia ouvir os teus, abrir essa porta que dá para a divisão maior da casa que tu és. Tu prometeste –me isso um dia quando tu inteiro desejaste ser enorme e verdadeiro, não te lembras? Não, não foi em nenhuma manhã ou noite da nossa existência a dois. Foi quando nasceste e respiraste este ar pela primeira vez. Por isso não te lembras.

    Abriste os olhos e desejaste ser enorme!.

    Agora só tens que acordar o teu corpo a tempo e sacudir essa alma estremunhada.
    Mesmo que não seja eu a acordar contigo acorda.
    Acorda para viver os sonhos à tua volta e grita ao cérebro casmurro que podes ir longe. Se calhar até podíamos ir juntos. Se calhar não.

    O despertador está aí a tocar há algum tempo. Depois do duche tudo acabará bem, ou começará bem – os dias são teus e podiam ser de mais alguém.
    Eu depois digo-te se também são meus esses dias onde tu acordas.
    FORÇA meu peqinito!
    Mas como ja te disse hoje mais que 7vezes feliz natal, e beijinho!

    Piton*
    Vou gastar mais uns dias dos meus ( não se deviam gastar à toa os dias, sabes?!).
    Eu depois digo-te se afinal podemos ser inteiros, enormes os dois.
    Se isto fizer algum sentido, claro!!!

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  2. Ps: ADORO essa argola e esses phones :)*

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